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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

CUT: acidente de trabalho ocorre mais entre terceirizado

Os acidentes de trabalho são mais comuns entre trabalhadores registrados em empresas terceirizadas do que entre aqueles que não se encontram nesta situação. Segundo o estudo "Terceirização e Desenvolvimento - uma conta que não fecha", da Central Única dos Trabalhadores (CUT), quatro em cada cinco acidentes de trabalho, inclusive os que resultam em mortes, envolvem funcionários terceirizados. A pesquisa, que reúne levantamentos realizados por fundações e entidades sindicais, foi divulgada hoje, na 13ª plenária nacional da entidade, em Guarulhos, na Grande São Paulo.
No estudo, a CUT cita uma pesquisa da Federação Única dos Petroleiros (FUP) que mostra que, de 1995 a 2010, foram registradas 283 mortes por acidente de trabalho nas atividades da Petrobras, sendo que 228 tiveram trabalhadores terceirizados como vítimas. Outra pesquisa, da Fundação Coge, mostra que o total de trabalhadores terceirizados afastados por acidentes é quase o dobro do total registrado entre trabalhadores contratados diretamente. Entre os contratados diretamente, 741 precisaram ser afastados em 2010, enquanto entre os terceirizados o número é de 1.283.
Para o presidente da CUT, Artur Henrique, as empresas terceirizadas têm preocupação menor com o treinamento e condições de trabalho para o funcionário. "A empresa terceirizada não tem a mesma preocupação de qualificação profissional, preparação do funcionário e equipamentos de segurança", disse, em entrevista coletiva. "A empresa de terceirização, para cumprir o valor do contrato combinado, tem que reduzir custos e aí não tem mágica, ela tira do salário, dos benefícios e das condições de trabalho", explicou.
Henrique defende que a responsabilidade de fiscalizar as condições a que os funcionários estão submetidos é também do contratante. "Não estamos tirando a responsabilidade de fiscalização do Ministério do Trabalho e dos sindicatos, mas infelizmente as empresas só notam a redução de custos que a terceirização vai lhes proporcionar."
O presidente da CUT quer que a Justiça trabalhista também ajude a elaborar propostas com o objetivo de reduzir os acidentes. "Os tribunais trabalhistas podem e devem construir propostas para diminuir os acidentes entre os terceirizados", afirmou. A partir de amanhã (04), em Brasília, o Tribunal Superior do Trabalho realizará audiências públicas para debater a terceirização da mão de obra. A CUT apresentará o estudo nas discussões.
O estudo da CUT, elaborado com base em dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) e de estudos sindicais, mostra que existiam em 2010 6,8 milhões de trabalhadores terceirizados, ou 25,5% da mão de obra empregada no País. A maioria deles está concentrada na Região Sudeste (28,09% dos trabalhadores).
Na análise por Estados, São Paulo lidera em número de funcionários terceirizados, com 29,32% da força de trabalho, seguido por Santa Catarina (27,82%) e Ceará (27,38%).
Fonte:http://www.dgabc.com.br/News/5917443/cut-acidente-de-trabalho-ocorre-mais-entre-terceirizado.aspx

Ministério do Trabalho aponta irregularidades em construtoras



Primeira reunião aconteceu na última semana, na Assembleia

Representantes do MPT (Ministério Público do Trabalho) fizeram a inspeção nos canteiros de obras das construtoras da capital e constataram irregularidades. O relatório foi apresentado na quinta-feira (6), durante a primeira reunião da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Construtoras, que aconteceu no Plenarinho Nelito Câmara da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.
Uma das primeiras construtoras a ser inspecionada foi a MRV Engenharia. O analista pericial do MPT, Luiz Carlos Luz, apontou problemas nos locais de atuação da empresa quanto à proteção e segurança dos trabalhadores e no ambiente de vivência dos funcionários. “Verificamos desde falhas na energia elétrica e nos elevadores de carga que estavam sem tela de proteção até a falta de água potável e chuveiros com água quente que são exigências que devem ser cumpridas”, detalhou.
Durante a inspeção, o analista disse ter constatado condições subumanas de trabalho. “De um modo geral, infelizmente são comuns essas irregularidades, mas percebo também que as empresas têm melhorado”, ressaltou.
Na análise do auditor fiscal do trabalho do MPT, Wallace Farias Pacheco, as fiscalizações feitas pelo Ministério resultaram em uma série de autuações e processos de multas. “Fazemos nossa parte, mas muitas empresas ainda resistem”, declarou.
Segundo Wallace, o trabalho da CPI em conjunto com o Ministério será decisivo para a melhoria da situação dos trabalhadores da construção civil. “Um trabalho qualificado como o da CPI vai nos ajudar muito nas inspeções e faremos o possível para atender todas as determinações e indicações da Comissão”, assegurou o auditor.
Para o deputado estadual Maurício Picarelli (PMDB), que preside a CPI, o primeiro dia de trabalho da Comissão foi positivo. De acordo com o parlamentar, um dos principais problemas observados foi a questão da relação entre as empresas de serviços terceirizados e as grandes empresas da construção. “Há um certo desentendimento sobre a responsabilidade das contratações e sobre quem tem que cumprir com os direitos trabalhistas”, observou.
Outro balanço feito por Picarelli foi em relação à situação do trabalhador. “Mais do que os problemas trabalhistas, existe a questão social desses trabalhadores, e nós vamos encontrar uma solução para melhorar as condições dessas pessoas”, assegurou o presidente da Comissão.
Para essa audiência da CPI, nove pessoas foram convocadas para depor. Dessas, somente foi registrada a ausência de Jorge Lopes Caceres, da Construtora Rial. Segundo Maurício Picarelli, o empresário será mais uma vez convocado para prestar informações na próxima reunião, que acontece no dia 19 de outubro.
O primeiro dia de trabalhos da Comissão contou ainda com os deputados Cabo Almi (PT), Paulo Corrêa (PR), Marcio Monteiro (PSDB) e Dione Hashioka (PSDB).


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167 acidentes de trabalho foram registrados neste ano

Cinco empresas sorocabanas assinaram Termo de Ajuste de Conduta
Notícia publicada na edição de 10/10/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 4 do caderno B - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
Carolina Santana
Neste ano foram registrados 167 acidentes de trabalho na construção civil. O número significa 8,3% do total de 2.006 acidentes registrados na região de atuação do Centro de Referência em Saúde do Trabalho (Cerest) que engloba 33 municípios. A informação foi dada pela Secretaria de Comunicação de Sorocaba (Secom). A entidade informa ainda que durante todo o ano de 2010 foram 3.808 acidentes de trabalho, sendo que 398, ou seja, 10% do total, foram na construção civil.

Nesta última semana cinco construtoras que atuam em Sorocaba assinaram um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) junto ao Ministério Público do Trabalho (TAC) para garantir o cumprimento de normas de segurança e medicina do trabalho. De acordo com o órgão, o documento extrajudicial foi assinado com as construtoras Alavanca, Sérgio Cardoso, TMS Comercial, Empreendimentos Imobiliários Vieira & Andrade e Paulo Afonso. Em Sorocaba, do início de 2010 a setembro de 2011, foram firmados 14 TACs com empresas da construção civil e instauradas 96 investigações. Atualmente tramitam na Justiça do Trabalho cinco ações ajuizadas pelo MPT contra construtoras e empreiteiras que atuam na cidade. 

"A construção civil realmente é um problema pois sempre temos ocorrências de acidentes", diz o gerente regional do Trabalho, Vitório Cattai. Ele explica que a fiscalização das obras são feitas por funcionários do Ministério do Trabalho. Segundo ele, a falta de uso de equipamentos individuais de proteção ou o uso inadequado destes são as principais ocorrências registradas. Há casos também em que as irregularidades também estão presentes nos alojamentos, dependência ou alimentação dos trabalhadores.

As empresas que assinaram o TAC recentemente estão obrigadas a adotar medidas para corrigir os sistemas de proteção coletiva e individual, cuja ausência representa um dos maiores desencadeadores de acidentes no segmento, especialmente por queda e eletrocução, além de regularizar áreas de vivência e instalações elétricas. Das empresas envolvidas, a reportagem conseguiu resposta da Sérgio Cardoso, TMS Comercial e Alavanca. Em todos os casos as empresas informaram que as irregularidades já foram resolvidas. 

Os empreendimentos das empresas que assinaram TAC foram fiscalizados e multados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Após o recebimento dos autos, os procuradores do MPT passaram a investigar as executoras, em conformidade com o aumento das denúncias e do número de acidentes. "Agora, depois do TAC, vamos fazer a fiscalização para que as medidas sejam cumpridas", afirma Cattai.
 
Construção civil no foco 
"A questão da construção civil é um dos focos do MPT e os TACs são resultado de uma atuação do órgão que vem desde 2010. Um trabalho de conscientização está sendo realizado com as empresas do setor, incluindo audiências públicas na Câmara dos Vereadores de Sorocaba, das quais o MPT toma parte. Outras empresas ainda serão chamadas para firmar acordos, muitas das quais apresentam problemas nos alojamentos dos trabalhadores terceirizados", evidencia o procurador Gustavo Rizzo. 

Segundo ele, durante o inquérito desenvolvido pela entidade, o Corpo de Bombeiros de Sorocaba informou que os acidentes de trabalho na construção civil representam a segunda maior causa de ocorrências. Os atendimentos a trabalhadores da construção civil acidentados fica atrás apenas dos casos de acidentes de trânsito envolvendo motociclistas.

Com o acordo, informa o MPT, as empresas devem proceder à instalação de guarda-corpos, andaimes e elevadores que sigam as determinações da Norma Regulamentadora nº 18. As instalações elétricas, grandes causadoras de acidentes, devem ser providenciadas por profissional habilitado e dispor de plugues e tomadas adequados para evitar choques. Caso descumpram os acordos, as empresas pagarão multas que variam entre R$ 1 mil e R$ 5 mil por item descumprido e por cada trabalhador submetido à irregularidade. 

As áreas de vivência, locais onde ficam sanitários, espaços de descanso, refeitórios e lavatórios, devem ser dotadas de piso de concreto, cobertura e número suficiente de mesas e assentos. Os banheiros devem ter quantidade suficiente de vasos sanitários e mictórios, e os vestiários devem dispor de armários com cadeados para o armazenamento de pertences dos operários. As empresas devem, ainda, providenciar bebedouros e água potável aos trabalhadores. 

Ação nacional 
Desde 2010 a instituição tem dado prioridade à atuação no segmento, com a instauração do "Programa Nacional de Combate às Irregularidades Trabalhistas na Indústria da Construção Civil", voltado à atuação efetiva e coordenada na promoção da segurança no meio ambiente do trabalho. De acordo com estatísticas do MPT no interior de São Paulo, as irregularidades no setor vêm crescendo gradativamente, observadas pelo aumento no número de denúncias. 

Na 15ª Região, circunscrição que abrange 599 municípios do estado (exceto Grande São Paulo e Baixada Santista), foram instauradas 172 investigações em face de construtoras e empreiteiras de mão de obra de janeiro a setembro de 2010, número 21% menor do que o mesmo período de 2011, num total de 219 inquéritos. Os acordos também tiveram um aumento. Em 2010 foram firmados 34 Termos de Ajuste de Conduta (TACs), enquanto que até setembro de 2011 já foram celebrados 45 acordos extrajudiciais.